O primeiro passo para reparar um erro é identificá-lo. Assim acontece na gestão em saúde. O avanço tecnológico trouxe ferramentas que auxiliam os gestores a detectar as fontes das falhas e brechas em planos estratégicos. A Inteligência Artificial vem revolucionando a rotina dos setores da medicina, proporcionando resultados nunca alcançados e aperfeiçoando questões vinculadas à segurança do paciente e à prevenção de erros médicos.
A tecnologia implementa a jornada do atendimento desde o momento que o paciente chega à unidade de saúde. Os sistemas informatizados tornam os fluxos ágeis e descomplicados. Nos processos de internação e cirurgias, a TI acelera de forma extraordinária os contatos com operadoras de saúde, a busca por leitos e os procedimentos para realização de exames. Assim, as questões burocráticas são otimizadas e fluem sem desperdícios de tempo e financeiro.

Alguns aplicativos tecnológicos foram criados com foco no aperfeiçoamento de diagnósticos, com capacidade de apontar tratamentos e medicamentos eficazes para casos mais complexos e específicos. Com o seu uso, é possível evitar efeitos colaterais e reações adversas.

Uma das questões mais sensíveis na rotina hospitalar diz respeito aos medicamentos. Atualmente, há softwares capazes de auxiliar as equipes médicas e de enfermagem com cálculos de dosagem, que podem ser programados para emitir alertas quando detectam falhas humanas, inclusive na identificação do paciente. Como eles se baseiam nos registros eletrônicos, também conseguem alertar os profissionais quanto o risco de alergias e intolerâncias declaradas pelo paciente durante consultas e exames realizados previamente.

Por sinal, os registros eletrônicos representam uma grande evolução da medicina no armazenamento e cruzamento de dados, oferecendo maior segurança nos procedimentos. Fontes de informações como exames laboratoriais, de imagem, tratamentos e relatos de doenças pré-existentes podem ser detectados em pesquisas online, confrontados e avaliados pelos médicos ou por aplicativos tecnológicos.

O suporte à decisão clínica (CDS) é outro exemplo de inovação que oferece aos profissionais segurança nas tomadas de decisão. O sistema fornece dados precisos, baseados em literatura científica atualizada e em evidências associadas aos diagnósticos pesquisados. O recurso faz leitura de resultados laboratoriais, calcula regimes terapêuticos, indica protocolos para tratamentos, dentre outras ações.

Já a plataforma Watson, da IBM, combina Inteligência Artificial e linguagem humana para analisar dados. O seu desempenho é considerado excepcional na questão tempo, disponibilizando resultados em tempo recorde. A ferramenta é capaz de gerar até linhas de raciocínio. Fazendo uso de reconhecimento visual, o sistema tem sido usado com sucesso no setor oncológico, realizando análises de imagens e dados de exames dos pacientes diagnosticados com câncer, indicando, posteriormente, tratamentos específicos e mais eficazes para cada caso.

A robótica, no centro cirúrgico, tem desempenho inquestionável, oferecendo excelente suporte para a melhor visão do campo de intervenção, auxiliando as equipes médicas durante os procedimentos. Além disso, os movimentos precisos dos braços do robô tornam possíveis cirurgias menos invasivas, reduzindo sangramentos, dores e risco de infecção. Assim, o paciente vai mais cedo para casa e a sua recuperação é bem mais acelerada.

Por último, a padronização e nivelamento das ações das equipes de saúde proporcionados pelo uso de TI vem repercutindo de forma positiva na prevenção de erros médicos.