O conceito de tratamento focado na identificação de quadros críticos e agudos de doenças está cada vez mais no passado, diante das mudanças no perfil epidemiológico da população brasileira, com o surgimento de novas enfermidades. O contexto impulsionou o avanço da medicina preventiva. Nessa esteira, o progresso tecnológico implementou o dicionário médico: aparelhos digitais, relógios inteligentes, prontuários eletrônicos, telemedicina, inteligência artificial, robóticas…
Um dos benefícios das inovações tecnológicas é a gestão integrada de recursos, que viabiliza a análise da saúde global do paciente, com monitoramento ao longo da vida. Dentre as vantagens da moderna cadeia de assistência está a otimização de exames e procedimentos, com base em dados pertinentes no prontuário eletrônico do paciente, que aponta para possíveis doenças antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas. Somado ao atendimento humanizado – eficiente em captar as emoções e particularidades que podem influenciar na saúde -, o monitoramento pelos canais tecnológicos permite uma análise bem mais aprofundada do quadro clínico, além de indicar os tratamentos mais assertivos e uma gama de cuidados preventivos.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde estima que, de abril de 2020 até meados do ano passado, as suas operadoras autorizaram mais de três milhões de teleconsultas, o que significa cerca de nove milhões de beneficiários atendidos no Brasil por meio da telemedicina. Ainda em 2021, o país registrava 747 healthtechs ativas, de acordo com um estudo da plataforma de inovação aberta Distrito. Boa parte das ferramentas é direcionada ao modelo de assistência primária. As estatísticas revelam a força que esse modelo de atendimento ganhou na pandemia, com tendências de permanência.
O sucesso da assistência preventiva acelera ainda mais a chegada das tecnologias de ponta. A era digital permite o acompanhamento em tempo real do quadro clínico, assim como o compartilhamento dos dados do paciente, dentro dos limites da LGPD. Para a relação médico x paciente não há nada mais seguro e tranquilizador. Qualquer mudança no padrão clínico, o sistema emite um alerta indicando a melhor conduta para o caso, visando o bem estar do paciente e, claro, a prevenção de doenças.
No presente e no futuro, a qualidade de vida está garantida pela tecnologia, incluindo as engenharias voltadas para o consumo pessoal, como os dispositivos de celulares que lembram o usuário de beber água ou indicam a dieta adequada para o seu usuário. É a ciência incentivando estilos de comportamento mais saudáveis, consolidando a medicina preventiva. Mesmo distante dos consultórios médicos, os cuidados são mantidos em prol do bem estar da sociedade.